terça-feira, 25 de junho de 2013

Politicuzinho sem número



Karma police

Quantas vezes te disse

Pra largar o spray de pimenta

Ser menos truculenta

E deixar de sandice?



segunda-feira, 24 de junho de 2013

Romanticuzinho 102



Choro em casamento

Amo beijo lento

E sei lá, minha gente, se quero rebento

Mas se vieres quente

Gelo o entorpecente

E te deixo todo ardendo

(Vai vendo)

domingo, 23 de junho de 2013

Romanticuzinho 101



Dentro de mim

Nunca é tão simples

Assim

sábado, 22 de junho de 2013

Politicuzinho sem número



Não há seara

Mais escura

Que a mais clara

Das ditaduras

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Romanticuzinho 100



Se não sou boa o suficiente

Por que é que me passas

(Tão rente)

O pente?

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Romanticuzinho 99



Só a cabecinha é pros fracos

Bom é quem confia

Na poesia

Do próprio taco

terça-feira, 18 de junho de 2013

Politicuzinho sem número



Passe livre

Não é make believe

Lacrimogêneo tem nada de ingênuo

Mas Jabor comentarista

Falando de cor

Cansa a vista

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Romanticuzinho 98



Sua barba no meu cangote

Makes me happy a lot

domingo, 16 de junho de 2013

Romanticuzinho 97



Se o diabo está nos detalhes

Vê se começa a rezar logo

Antes que tua memória falhe

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Romanticuzinho 96



Morando sozinha

Sou passarinha

Mas um bom matrimônio

Não perfura a camada de ozônio

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fosfosol (pro aniversário de 6 anos do Clube da Leitura)


 

Meus sonhos costumam ser meio Salvador Dali: as pessoas têm gavetas, os relógios escorrem pelas paredes e eu nado no ar. Comento com meu terapeuta e ele diz que é muito bom sonhar que se está em movimento, que isso indica mobilidade na vida. Eu aceito, né? Tô pagando. Afinal, quem mais ia aguentar ouvir sobre meus sonhos, sejam os que tenho dormindo, sejam os que tenho acordada? Pelo menos pra isso essa droga de capitalismo serve, pra gente pagar pela atenção alheia. Aliás, se eu pudesse, alugava alguém pra ir comigo a casamentos e chás de bebês, só pra não ter que ficar explicando o porquê de eu não ser casada. Cansei de inventar passados que não me pertencem, de contar que meu primeiro marido era um magnata; o segundo, um travesti que saiu do armário na lua de mel, e, o terceiro, um homem tão perfeito que parecia um holograma. Porque, venhamos e convenhamos, a pessoa pode passar uma vida inteira apostando na loteria do amor e nunca ter seu número sorteado, não é mesmo? No último casamento que fui, por estar desacompanhada, acabei inventando que tinha problema nas trompas de falópio, porque, hoje em dia, mesmo sem marido, as pessoas insistem em achar que você tem que ser mãe, que é só arrumar um doador e coisa e tal. Daí, depois que esse assunto começa, a coisa vai ganhando proporções assustadoras, que vão desde a ideia de que negar a maternidade é contra a natureza da mulher até a cotação das fraldas Pampers. Confesso que depois de tanta baboseira fico com uma vontade danada de pedir pra esse povo se meter com a própria vida e me deixar em paz, já que sou do tempo em que filho era coisa pra quem tinha um homem com quem dividir a responsabilidade. Mas, por ultimamente andar tão calma e lânguida, só queria mesmo era alugar uma companhia pra essas ocasiões. Uma amiga do pilates inclusive me indicou uma agência, mas sempre fico achando que vai vir alguém falando ou um “pra mim fazer” ou um “eu posso estar tentando estar chamando um táxi pra gente” e isso acaba com o estoque de colágeno que ainda me resta. Pensando bem, isso não era exatamente o que eu tinha a intenção de te contar. Liga não, sempre quando estou a três dias da menstruação, dou pra ficar assim, mais digressiva que professores de Filosofia depois da terceira taça de vinho. Alcoolismos à parte, quero que você saiba que esse bom humor de agora é inventado, assim como meus três maridos, minha trompa de falópio problemática e minha vontade de sair montada num cavalo branco pelas noites suburbanas, toda nua, feito Kátia Flávia, a Godiva do Irajá. A única coisa em mim que não é inventada é essa vontade de te pegar de jeito até te deixar ralado, sem ar e sem condição de possuir mais mulher alguma. Uma vez eu li numa revista que vontade é uma coisa que é só dar que passa e, sinceramente, depois disso, nem Shakespeare conseguiu fazer tanto sentido na minha cabeça. Quero, por favor, que você perdoe essa sinceridade de botequim, mas ela estava guardada desde que te vi andando na minha direção, com esse seu jeito de pedreiro e essa sua alma de poeta. Tenho a impressão de que nós dois conseguiríamos inventar muita coisa juntos e, mesmo que nossos devaneios nos levassem a esquecer as coisas mais importantes da vida, ainda assim as reconheceríamos, como a bola reconhece o craque. Ou o plágio reconhece o original. E antes que virássemos apenas uma cópia do que um dia fomos (ou pensamos que fomos), eu faria uma peixada pra gente.  Mandaria trazer uma boa posta de pirarucu, o bacalhau da Amazônia, e sorriria até não ter mais cisos. Mas toda essa minha história não passaria de um sonho, de um lindo devaneio, de uma coisa pra pendurar na parede da memória. Que, afinal de contas, na peixaria como na vida, quem nasceu pra pirar o cu nunca vai ser namorado. 

 


 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Romanticuzinho 95



Vão-se os homens

Ficam os lençóis

Vai-se a punheta

Ficam os dedos

Atrás da maçaneta

Está o segredo

Do porquê nunca some

O que fizemos de nós

domingo, 9 de junho de 2013

Romanticuzinho 94



Vai pra Lapa

Chapa

E acorda numa espelunca

Quem nunca?

sábado, 8 de junho de 2013

Romanticuzinho 93



Não é love story

Nem lua de fel

Mas em mim chove

(Só de pensar)

Na prova dos nove

Do meu mar

No teu pincel


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Romanticuzinho 92

Todo mundo sabe

Que a melhor carne é a maminha

E que camisinha boa

Não precisa de bainha

Agora vê se escuta

E não me aporrinha:

Quer café na cama?

Então dorme na cozinha!


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Romanticuzinho 91



Não surta

Com esse papo

De que a mentira tem perna curta

Se a verdade fosse à tarde

O mundo não amanhecia nunca

terça-feira, 4 de junho de 2013

Romanticuzinho 90



Diga na lata:

Minha cara a tapa

Faz de ti um magnata?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Romanticuzinho 89



Chove lá fora

E aqui

Se der mole

Fico nua

Carne crua

Pro teu sushi


domingo, 2 de junho de 2013

Romanticuzinho 88 ou aula de Anatomia lá em casa é mais legal




Não me ache fácil 

Se pego no seu serrátil

Com tantas psoas por aí

Com peitoral maior a divulgar

Fico aqui no sapatinho

Espero sertão virar mar

E se acaso o tensor da fáscia

Lata no meu supra espinhal

Faço a democrata

E digo: 'Só se for a now!'

sábado, 1 de junho de 2013

Romanticuzinho 87



Gatinho

Te dou minha flor sem espinho

Meu ninho sem vizinho

E o que mais você quiser

Só não vem me comparar

Com a tua ex-mulher