quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Gaivota sem Fernão

As coisas nunca mudam
As pessoas são o que são
Tudo que amo deixo livre
Mesmo sendo o mundo um moinho
E eu, gaivota sem Fernão
Errante
Quase pronta
E só


Feliz 2010!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Aqueles dias

Fábia não tem TPM, mas, coincidentemente, quase todo começo de seu ciclo menstrual é acompanhado de ressaca. Não sabe dizer se antes daqueles dias lhe bate uma Heleninha Roitman de frente ou se, inconscientemente, escolhe ter de tomar ponstan e neosaldina ao mesmo tempo, só pra poder purgar todas as barbaridades que diz pros gatinhos que costuma traçar (geralmente nos dias que ovula). Aliás, como morre de medo de engravidar, não brinca desprotegida na entrada da área de jeito nenhum, principalmente levando-se em conta os centroavantes com quem tem o hábito de passar o precioso tempo regulamentar entre uma depilação e outra.

Apesar de parecer previsível, medo de avião, de homem grosso e de bunda caída Fábia costuma ter o mês todo, independente do dia. Semana passada, inclusive, encontrou o ex-marido com a ex-secretária e atual bucetinha da vez que, mesmo baranga, é uma moça esforçada. Lembrou que desde que era casada com esse ex, a desfavorecida donzela vivia com um livro de auto-ajuda na bolsa. Acha notável, por exemplo, o empenho dela em subir na vida e a considera a mais nova promessa na disputa pelo ouro no alpinismo social, logo que este virar esporte olímpico, provavelmente em 2016.

Interessante reparar que certas coisas, assim como as olimpíadas, são cíclicas.

Outras, ao contrário, são mais que absolutas, como a necessidade de se ter sempre espelho, arruda, OB, creme sem enxágue, halls de melancia, pinça, camisinha, fio dental, bombom de cupuaçu, calcinha extra, gloss e cartão de fidelidade da Pello Menos na bolsa.

Que ser mulher é legal pacas, mas, em tempos de novos e radicais esportes, tem dado trabalho demais.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Volta, Mário!

As metáforas estão em polvorosa, assim como as mesóclises e os gerúndios

Hipérboles arrancam os cabelos

Dizem até que eufemismo, mesmo sem admitir, está morrendo de saudades

O fato é que estamos todos sem palavras

Não é possível que tenham atirado no dramaturgo

Volta, Bortolloto, de onde quer que você esteja

Nossa vida não tem possibilidade de caber num opala sem ti