sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cinco trocadalhos


1) Weiss fuder.

2) Kiss foda.

3) Avon pro caralho.

4) Merci beacoup que é bom ninguém quer dar.

5) Nada como um DIU após o outro.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cinco expressões que clamam por ser ditas


1) Pode vir quente que eu tô pouco me fudendo.

2) Se tamanho não é documento, o que falar da espessura?

3) O Rio de Janeiro continua lindo (e cheio de gente blasé).

4) Quem tem SUS tem medo.

5) Não adianta chorar sobre o chá de buceta derramado.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Leminskiando 4


A vida não imita a arte

Imita um reality show de horrores

Sem flores à la carte

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

No freeshop ideal deveria ter à venda:



.Desculpas de dieta

.Cafuné solúvel

.Vontades de férias

.Pensamentos biodegradáveis

.Massageadores de ego com entrada USB

domingo, 15 de janeiro de 2012

Cinco possíveis blocos carnavalescos


1) Me revista que eu sou suspeita

2) Hell na Terra

3) Cordão da Tarja Preta

4) Se der mole eu sumo

5) Dispensa que eu gamo

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Fakebook


pick by Eugenio Horta

Em que livro veio escrito que eu era perfeita?

Ou afeita

A qualquer receita?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

In/out



De todas as abstrações, quero que me invadas

Com a concretude intensa

Da tua única cabeça que pensa

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ao mestre com carinho


No final de 2011, se completaram quinze anos que perdemos o cenógrafo e diretor Luís Carlos Riepper, homem de teatro que também cedeu seu talento pro cinema (fez cenografia praqueles filmes deliciosamente doidos do Walter Lima Jr. da década de 70). Dirigiu muito teatro adulto e arrebentava nas peças infantis, justamente por sua preocupação em tratar as crianças como pessoas que sabiam do que gostavam. Tive a chance de ver sua encenação de ‘A casa da Madrinha’ e de assistir aos erês se levantando pra se colocar no meio do espetáculo, numa inquietação de dar gosto. Vaidoso como todo diretor, dizia com orgulho que Iara Amaral tinha ganho um prêmio Moliére numa peça conduzida por ele justamente por ela ter trabalhado em cima da dificuldade com o cenário e com o figurino. Falava que a dificuldade forjava o ator e fazia com que ele buscasse soluções onde só havia perguntas. Mas o grande privilégio mesmo foi ter sido aluna dele na CAL. Lembro que achava muito chato ter de ler página a página o livro ‘Ator e método’. Um porre, todos nós queríamos era subir no palco e mostrar como éramos talentosos. Foram bem uns dois meses nesse sofrimento. Depois ele mandou a gente escrever subtextos das falas dos personagens de uma peça chata do Tenesse Williams. Subtexto em teatro é o mesmo que na vida: é o que se passa na cabeça do personagem enquanto ele diz o que está escrito no texto. Também achava isso um saco e, por pura indisciplina, não fiz o exercício, pensando: ‘ah, na hora eu invento’. E o fiz. Na terceira fala ele para a cena e me diz: ‘prima (ele chamava todo mundo de primo e prima), você tá fazendo isso agora, não é, não?’ Claro que sustentei minha mentira, mas desde esse dia passei a ter respeito por aquela figura meio mago, meio druida, meio sei lá o quê. Outra lembrança é dele fumando sem parar. Tinha mania de descansar o cigarro em uma das mãos em cima da cabeça e, como nos dirigia com muito envolvimento, vez por outra, não era raro ver um aluno soprando as cinzas discretamente, pra dar uma limpada na careca do coroa. Isso foi em 96 e, até então, a gente sabia que ele tava meio debilitado, mas não fazia ideia de que ele tava morrendo. E também, isso já digo por mim, não fazia ideia de que lembraria dele pra sempre, principalmente da célebre frase que ele proferia quando tínhamos dificuldade de improvisar, munido de um sarcasmo que beirava à bondade de quem sabe o que é ser inteiro: ‘brinca, prima, brinca’.

Sigo brincando, mestre.

Essa carta é só pra dizer.

E diz.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Cinco licenças poéticas

ilustração by Paulo Anomal


1) Penso, logo despisto.

2) Não tenho tudo que amo, mas foda-se.

3) Menstruar é preciso, viver não é preciso.

4) Comigo ninguém Ipod.

5) A pressa é inimiga da ejaculação.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cinco coisas que precisam ser inventadas imediatamente


1) Detector de roubada

2) Visita guiada ao sex shop

3) Chantagem emocional com legenda

4) Vizinhos surdos (e mudos)

5) Engov pra ressaca moral

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Handmade


De todas as bobagens, quero que me escrevas

Com linhas tortas

Risadas retas

E cervejas

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cinco desejos de ano novo que nos fazem sentir cada vez mais velhos (graças a Deus)




1) Plantar algo, seja na terra, no mundo ou no coração dos que nos cercam.

2) Chover por dentro, mesmo em dias de sol a pino.

3) Nadar em águas desconhecidas e aquecê-las com nossa infinita capacidade de amar.

4) Buscar a perfeição aceitando que errar, além de humano, é sagrado.

5) Entender que a natureza de nossos alvos tem o direito ser mutável, já que nossa mira nem sempre é assim tão certeira.