quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dez indicativos de que está na hora de sair fora de uma festa (pro Clube da Leitura)



1) A cerveja quente começa a ser bebida como se gelada estivesse.

2) Você olha em volta e por um momento pensa que está no mundial de halterocopismo categoria sub-20.

3) Sua bunda é apalpada e não há meios para se identificar o autor do gestual.

4) Aparece um(a) vizinho(a).

5) Alguém começa a distribuir panfletos.

6) Um poeta à paisana te olha no olho e recita uma obra que acabou de compor.

7) Uma garrafa de cachaça com carangueijo dentro aparece aberta.

8) Uma calcinha surge na pia da cozinha.

9) Por mais que se procure, não são encontrados adesivos de geladeira com números de companhias de táxi.

10) Um convite irrecusável para atividade intraerobica de início imediato cai no seu colo.



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Da série tirem as crianças da sala (parte 3)


A mulherada e seu medo eterno:

O de encontrar um pen drive

No lugar do hd externo

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cinco licenças quase poéticas (ou Cazuza faz uma falta infernal)


1) Tua timeline é uma mentira que a minha vaidade quer.

2) A nossa música nunca mais tocou, vamos ter que baixar em mp3.

3) Se eu achar tua fonte escondida, quero tudo no próximo hotel.

4) Aquele garoto que ia mudar o mundo frequenta agora as festas do Big Brother.

5) Eu queria ver no escuro do mundo onde está o que você quer, mas agora, vambora, estamos, meu bem, por um triz.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Da série tirem as crianças da sala (parte 2)


Em situação de stress

Vê se não esquece:

É dando que se reflete

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cinco dúvidas de gaveta


1) O que os olhos não veem o facebook pressente?

2) Superbonder cola corações partidos?

3) Por que ainda não inventaram o teletransporte?

4) Quem com ferro fere precisa tomar antitetânica?

5) É verdade que quem dá aos pobres ainda tem de pagar o motel?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

...


Distância é a maneira de Deus dizer que certas coisas não eram pra ser.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Escalada


O amor e a dor

Vivem a nos dar pistas:

Quanto mais alto o posto

Mais solitária a vista

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Green quiz


Queria perguntar pra esperança insone

Como é que ela não se cansa

Da forma mansa

Que me consome

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Banho de lua


Outro dia estava eu na praia exibindo minha falta de melanina e para do meu lado um cara me olhando de um jeito que me senti até meio mal. Uma coisa é na escola você sofrer bullying porque é magrela e coisa e tal, outra coisa é você já ser gostosa, já ter dado pra quem você quis, passando por quem você não quis porque a vida também é feita desse troço de dar mal, e, depois disso tudo, ser olhada meio de lado só porque não tem a competência genética de criar em si mesma uma marca de biquíni. E olha que pra esse verão até comprei um modelito novo, que meu último já tava respirando por aparelhos e isso pega muito mal pruma pseudo-intelectual como eu. Aliás, outra coisa que pega mal demais é ser flagrado lendo Caras na ante-sala do terapeuta de floral, do acunpunturista ou coisa que o valha. Normalmente, em casos como esses, a desculpa que se dá é a de que não havia literatura melhor. Numa boa, sem querer ser belicosa, quem quer literatura melhor, anda com bolsa grande, pra carregar obras de peso, nem vem que não tem, mas, voltando ao consumismo de verão, o biquíni que comprei foi caro à pampa, coisa de madame mesmo. Aliás, eu sou o pior tipo de pobre que tem: o de biologia rica. Pra se ter uma ideia, tenho alergia à bijuteria e à penicilina, logo hoje em dia que as bijuterias se fazem passar por jóias assim como os peitos falsos se fazem passar por verdadeiros e a penicilina, bem, a penicilina já teve dias melhores, vamos deixá-la em paz. Pois bem, o fato é que paguei os tubos num pedaço ínfimo de tecido (no meu caso nem tão ínfimo, pois tenho volumes que só cabem em mãos grandes) e nem isso fez o cara parar de me olhar feito ET. O pior é que ele tinha muita coisa do lado pra se distrair, veja bem, no Arpoador tem tanta coisa rolando: tem artista plástico, tem ator de teatro que veio dar um tchibum antes do espetáculo, tem aspirante a roteirista (a quantidade de gente que dá pra roteirista no Rio de Janeiro não está no gibi), ator famoso de TV, fora, é claro, o pessoal do mantra da Lua, mas isso é mais pra outros picos da praia menos céticos e mais antenados a um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não. Eu, honestamente, já tô no time dos que dizem sim em situações mais pra específicas. Pois bem, diante do desconforto daquele homem me olhando como se eu fosse a última bisteca do churrasco, me decidi a chegar perto dele e dizer: 'amigão, perdeu alguma coisa aqui?'. Quando já estava de pé, pronta a lançar minha verborragia nível 5 no bofe, vejo chegar uma mulher que, de tão branca, me fez sentir a garota-propaganda de algum óleo de urucum da Amazônia. Ao chegar, ela salpicou-lhe um beijo de várias voltas, uma coisa bonita de se ver. Quando dei por mim, estava ali apreciando o balé daquela troca de fluidos e, em menos de dois minutos, toda a minha sensação de inadequação se desfez. O cara tava me olhando porque eu lembrava a gatinha que ele ansiosamente esperava (ninguém beija daquele jeito sem estar ansioso, isso posso afirmar) e que estava demorando a chegar justamente porque gente branca só dá pinta na praia mais tarde mesmo.

Voltei a me sentir a branca de neve de sempre.

É que a química alheia me fez lembrar da beleza da minha biologia.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Um cara (muito) provavelmente está a fim de você quando:


. Não só te olha, mas também te vê.

. Ao invés de ficar preocupado se o cavalheirismo é o machismo que agrada, apenas abre a porta do carro.

. Adora assistir ao espetáculo da sua boca colocando a camisinha nele.

. Na falta de declaração de amor, te faz um café.

. Na dúvida, liga, mesmo que só para dizer oi.