domingo, 15 de novembro de 2009

A estranha história de Maria de Souza Provisória e João de Aquino Longo Prazo

Quando Maria de Souza Provisória e João de Aquino Longo Prazo se conheceram não se deram conta do que estava por vir. Oriundos de famílias com criações antagônicas, nem perceberam como foi que se encantaram tão rapidamente um pelo outro. Nada ali parecia ter chance de dar certo, já que ela, entusiasta inconteste das trepadas fast-food, da solteirice festiva e dos personal fuckers, nunca teve muito saco pra rapazes como ele, adepto das relações longas, da hipocrisia construída e da fidelidade aparente. O que a princípio era pra ser um encontro inóspito, rapidamente se transformou numa intimidade lancinante, digna de comédias românticas estreladas por Hugh Grant e Julia Roberts.

Pela velocidade com que tudo acontecia, parecia que ali se estabeleceriam laços duradouros.

Que nada.

Desgastado por um casamento desfeito, João, com a conivência de Maria, passou a falar além do que precisava ser dito a uma mulher sexualmente ativa. Já Maria, desgastada pelo sexo casual, passou a fazer planos além dos recomendados a qualquer mulher.

Como a coragem é o medo disfarçado de sábado de carnaval, um belo dia, depois de uns drinques e torcendo pra parecer despercebida, Maria dá um basta na sessão “fala que eu te escuto” protagonizada por João. Já João, que não tinha bebido nada, dá um basta em Maria, fazendo com que aquela quarta-feira, de uma hora pra outra, ficasse para lá de cinza.

No final, mesmo sem ter tido a chance de desabrochar como casal, os dois perceberam ter sido vítimas do encantamento agudo que só os Provisórios conseguem despertar naqueles que carregam o Longo Prazo como herança.

Parece que, agora, Maria é só de Souza e, João, é só de Aquino.

Azar o deles.

Quem mandou acreditarem que o mel do fundo do pote é mais doce que o da tampa?

8 comentários:

William Hinestrosa disse...

salve salve Poliana! bom texto, desperta o pensamento sobre os próprios limites

Revisora do P... disse...

Oi!

Gostei daqui. Vou voltar.
Passa lá também revisoradoprazer.blogspot.com

Elga Arantes disse...

"Quem falou que o mel do fundo do pote é mais doce que o da tampa"

Gustavo Galves disse...

Acho que com o passar de tempo os protagonistas podem mudar de nome.

Sem casar ou descasar.

Afinal, quanto menos mel no pote, mais exótico ele é.

Não sei se a analogia vale.

Morango sem chantilly disse...

Adoro seus post. E esse tá no meu top 10 dos meus preferidos.

Beijocas bonita.

Ronaldo Brito Roque disse...

Poliana, vc tem orkut ou facebook?

C.C. disse...

santa contemporaneidade...
arrasa, Poli!

Eugenia disse...

"a coragem é o medo disfarçado de sábado de carnaval"... humm... bom isso. e o verso do mel encerra tudo...