quarta-feira, 25 de abril de 2012

Mulheres Rycas (ou cada um com seu cada qual)




PISCINA DE CLUBE GRÃFINO QUALQUER- EXT-DIA DE SEMANA- DIA

Duas amigas estão deitadas em suas espreguiçadeiras. Uma toma cerveja e a outra um drinque vermelho. Usam chapéus grandes e maiôs classudos.

-Sabe o que eu queria mesmo?
-Emagrecer cinco quilos?
-Isso sempre, me dá o nome de uma mulher que não perderia cinco quilos e te dou o mundo, meu bem...
-Mas você queria...
-Um homem sem barriga.
-Lá na faculdade do meu filho tem um monte.
-Os colegas da facu do Bruninho não são homens ainda, para com essa mania de pedófila. (FALANDO BAIXO) Vai gostar assim de leite lá na casa da mãe joana!
-Sabe qual era meu apelido na equipe de equitação?
-...
-Uma chance.
-Tsc.
-Parmalat.
-Jesus amado.
-Acha que uma pele dessa se consegue assim, sem a hidratação devida?
-Tá me dando enjoo essa conversa. 
-Ai, que mulher fresca, fala, esse homem sem barriga, ele tem que ter quantos anos?
-Tem que já ter vivido o suficiente pra saber o que fazer com a boca, as mãos e o pau, exatamente nessa ordem. 
-Tem gente que morre e num aprende nada disso.
-Sim, mas os que aprenderam ficam no ponto por volta dos quarenta e oito.
-Então já tenho a solução.
-...
-Procura um de quarenta e seis bom de papo, com boa pegada, num importa se for barrigudo, daí, tu trabalha o bofe na linhaça, no chá de buceta e no pilates que em dois anos ele provavelmente vai estar sem barriga e você terá alcançado seu objetivo.
-Por algum acaso você percebeu que eu poderia estar falando sério?
-Desculpa, amiga, mas você sabe que pra mim homem sem barriga é homem sem história, fora que um volumezinho abdominal é bom na hora do encaixe. 
-Você e suas desculpas pra gostar de cerveja...


Passadas três horas, ainda estavam na mesma posição em suas espreguiçadeiras. Ainda tomavam seus drinques. As línguas, um pouco enroladas, falavam do mesmo assunto de sempre: homens. Com barriga, sem barriga, de pau fino, cortado, grosso, ínfimo, descomunal, expressivo, lânguido, standart e tantas outras categorias que só mesmo duas almas bêbadas seriam capazes de elencar com tamanha maestria.

Depois de tanta teoria, pegaram um táxi pro Baixo Leblon, que a noite ainda era uma criança e o dia seguinte não era de branco pra nenhuma das duas, que podiam dormir até tarde e curtir a ressaca numa boa por conta das gordas pensões que seus ex-maridos lhes deixaram.

Pra elas, o problema era não ter problemas concretos.

Cada um com seu drama.

Um comentário:

Juju disse...

Aaaaaaaah puta que pariu, Poli, que saudades de suas prosas!