Não sei exatamente se eram os belos
olhos verdes que tendiam pro azeitona ou se a cabeleira, asa de graúna que fazia de seu
rosto galho, mas alguma coisa em Janine indicava uma loucura serena. Procurando
assim sem prestar muita atenção dava até pra achar que a causa era a perfeição: com nove meses largou a fralda, com um ano não mamava mais, com dois já dizia frases inteiras. Pensa comigo: onde já se viu ter
tantos modos com tão pouca idade? Não era melhor deixar tudo isso pra
depois, praquele momento da vida em que realmente precisamos ser sãos (ou
fingir que o somos, mesmo não sendo)?
Pois bem, antes disso, no quintal da casa
de sua avó em Inhaúma, num sábado como outro qualquer, poucas nuvens, muito calor,
elástico e amarelinha com as amiguinhas, pique bandeira e queimado com os
amiguinhos, Janine desabrochou.
Mas não desabrochou de repente, lógico.
Os anos tinham de fato passado e o banhos de piscina Tone
no final da tarde com o primo Jonas, filho bastardo do irmão de seu pai, já não
eram mais os mesmos. A camisetinha molhada revelava seus mamilos em flor e a
sunga de Jonas, bem, essa já não escondia mais nada e só dizia, em riste, que
estava ali para o que desse e viesse. E ali mesmo a coisa aconteceu, praticamente
em ambiente aquático, atrás de uma mangueira secular e na frente de Didi, o
papagaio da família.
Se não tivessem sido tão empolgados e escandalosos, só quem
saberia dessa história seriam os dois, mas a frase ‘goza logo Janine’ foi
repetida por muitos meses em alto e bom som por Didi, para o constrangimento
de todos. Depois dessa, o casal ficou proibido de se ver, o que provavelmente
renderia no máximo uns meses de reclamação seguidos de nota baixa na escola.
Mas para Janine a coisa foi além.
Anos depois, quando foi se deitar novamente com um rapaz,
dessa vez um namoradinho direitinho, desses que levam no portão, pagam a conta
e mostram o playstation, percebeu que não conseguia mais gozar.
‘Deve ser pela falta de intimidade’, pensava.
Mas os meses escorreram calendário adentro e, mesmo super
íntima do mancebo, ela não gozava. Cinco namorados depois, já tinha perdido as
esperanças quando, do nada, ouve em seu ouvido: ‘goza logo, Janine’.
Os cientistas devem estar certos quando afirmam que a região
mais erógena de uma fêmea é o ouvido, porque de uma só vez Janine gozou, se
livrou da culpa de ter comido o primo e ainda por cima aprendeu a alegria de
ser submissa na hora certa, que a vida é muito curta pra ficar tirando
pendrive com segurança.
Bastou uma frase para tudo mudar.
What a diference a sentence makes.
2 comentários:
Voce anda demais Polianas!!!!!
Não fiquei pra ouvir, mas adorei ler!
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