O local é a fila do
banheiro de uma festa. A circunstância, uma conversa entre duas mulheres. A
tristeza era que uma delas se achava muito amiga da outra.
-E aí, gostosa, tudo bem?
-Isso é comigo?
-É lógico, com quem seria?
-Não sei, mas o fato é que não sou gostosa.
-Claro que é. Todas nós nessa fila somos.
-Olha só, que fique bem claro: eu não virei lésbica.
-Sei...
-Nem ostra eu como.
-Hahahahahahaha, tinha me esquecido de como você é divertida!
-Ô.
-Tá trabalhando com o quê mesmo? Não me lembro mais.
-Jura?
-Juro!
-Eu escrevo.
-Escreve o quê?
-Primeiramente sílabas, depois palavras, depois frases, parágrafos e por aí vai.
-Tá, mas escreve pra onde?
-Pruma revista.
-Jura?
-Acho desnecessário jurar.
-Qual revista? Marie Claire? Contigo? Minha Novela? Boa forma? Dieta Já? Capricho?
-Não.
-Pra qual?
-Pra Carta Capital.
-Carta o quê?
Nesse exato momento, o sangue ferveu num nível Glenn Close advanced nas veias da economista. Ela respirou
fundo e viu que havia chegado sua vez na fila. Fez, de forma desesperada, seu
xixi de pé, e, contrariando as leis da higiene, sequer lavou as mãos. Pra
completar o kit fuga, rumou pra pista de dança e deu mole pro primeiro macho
alfa que apareceu na sua frente.
Quando já estava pra ser chupada pelo mancebo é que foi
lembrar que não tinha se limpado na festinha. Mas aí já era tarde, deixou
quieto. Se desse sorte, o moço nem repararia.
Na manhã seguinte, tomando café da manhã no motel, naquele intermezzo entre a fome e a vontade de comer, teve de ouvir:
Na manhã seguinte, tomando café da manhã no motel, naquele intermezzo entre a fome e a vontade de comer, teve de ouvir:
-Posso te falar uma
coisa, gatinha?
-Claro.
-Adoro mulher apertadinha que nem você.
-É mesmo?
-É.
-Que ótimo.
-Posso falar outra coisa?
-Claro.
-Gosto também de bucetinha freestyle, sei que não é todo homem que curte, mas eu me amarro.
-Massa, mas o que seria uma bucetinha freestyle?
-Ah, tipo a sua, toda trabalhadinha no xixi.
-Ah.
-Se a gente sair de novo, você promete que repete a dose?
-Eu não sou muito de promessas...
-Você é divertida.
-Ô.
-Trabalha com o quê mesmo? Não me lembro mais.
-Claro.
-Adoro mulher apertadinha que nem você.
-É mesmo?
-É.
-Que ótimo.
-Posso falar outra coisa?
-Claro.
-Gosto também de bucetinha freestyle, sei que não é todo homem que curte, mas eu me amarro.
-Massa, mas o que seria uma bucetinha freestyle?
-Ah, tipo a sua, toda trabalhadinha no xixi.
-Ah.
-Se a gente sair de novo, você promete que repete a dose?
-Eu não sou muito de promessas...
-Você é divertida.
-Ô.
-Trabalha com o quê mesmo? Não me lembro mais.
Depois dessa, viu que era game over. Pediu a conta, o táxi e avisou no trabalho que estava indisposta. Pra se garantir, ligou pra farmácia e pediu um carefree.
Na euforia de ficar úmida e intensa, acabou esquecendo que por vezes o melhor a fazer é permanecer seca e suave.
Um comentário:
!!!!!óoootimo!!!!! :)
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