sábado, 1 de agosto de 2009

Sábado à tarde

Atender interfone ofegante

Assumir o controle sem piloto automático

Usar renda preta como arma branca

Ajoelhar sem rezar

Endurecer pau com a boca

Apanhar sem reclamar

Degustar o próprio mel lambuzado na língua que lhe beija

Suar pelo tampo da cabeça

Inventar desculpas lânguidas pros hematomas

Comprar permanganato

Arrepiar-se só de lembrar

Como uma gueixa pós-moderna

Que bebe na fonte da saudade do que ainda nem viu

E acaba, inevitavelmente, molhada.

4 comentários:

M. disse...

é pra arrepiar?

conseguiu.

Marcela Bertoletti disse...

Foda hein!?
Não to podendo ler essas coisas ultimamente. rs
Enfim, muito bom!

Renata disse...

ai ai...ui ui

Leonardo Villa-Forte disse...

uhn... gostoso esse texto.