segunda-feira, 10 de março de 2008

Jandira e o mediano leonardo

jandira curte um avantajado. pra ela, homem tem que ter pau circuncizado, grande e grosso, desses que mal cabem na boca. é claro que suas expectativas nem sempre são correspondidas, e, durante 34 anos de vida, teve que desenvolver mecanismos de auto-defesa: dor de cabeça, enjôo e súbita alergia ao látex são suas saídas mais freqüentes.
como para ela o intelecto nunca foi prioridade, geralmente conseguia se safar bem. isso até conhecer leonardo, moreninho paulista de olhos puxados, que estava na balada de música eletrônica. a verdade é que jandira estava muito louca, sob efeito de anfetaminas.
- ô, linda, vamu tomar uma breja?
jandira apenas sorria, certa de estar diante de um pirocudo stricto sensu.
depois da quarta breja, leonardo canta a pedra:
- ô linda, vamu prum lugar mais reservado, preu poder te curtir.
jandira foi. antes de se deitar com o gatinho percebeu que ele não era exatamente seu tipo, mas a quantidade de anfetamina não a deixou reagir. resolveu relaxar e se concentrar no espelho do teto.
e não é que o mediano leonardo deu conta do recado? nove vezes, para ser mais específica. jandira ficou realmente impressionada com a performance do rapaz, tanto que deixou ele levá-la em casa pela manhã.
aos poucos foi deixando também ele ir com ela nas exposições, no teatro, no cinema e até nos insípidos colóquios de filosofia que insistia em freqüentar. leonardo conquistou jandira porque em nenhum momento se deixou intimidar.
e jandira finalmente pôde falar de boca cheia.

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