segunda-feira, 10 de março de 2008

a mesóclise e o gerúndio

mariângela e Jacinto moram juntos há um ano. ela é pesquisadora de conteúdos midiáticos. ele, operador de telemarketing. ela adora uma mesóclise. ele não vive sem um gerúndio.
- amor, eu posso estar preparando um chá de camomila pra você estar melhorando desse enjôo.
jacinto é um homem bom e atencioso e o sexo entre eles é fantástico. o enjôo é devido à gravidez de 8 semanas e mariângela tem muitas dúvidas se seus eruditos gens combinam com os de jacinto. o fato é que não passava um dia sem que ela sentisse vergonha dele.
na fila da clínica, mariângela escuta seu nome, se concentra na música do roberto carlos que toca ao fundo e deixa apenas uma lágrima escapar quando sente que tudo acabou.
toma um sundae de chocolate, compra um rímel, um gloss, uma máscara para os cabelos e liga para jacinto:
- querido, suas coisas estão na portaria. desculpe, mas não tem mais jeito. estou apaixonada por outro.
quando chega em casa, as coisas dele já não estão mais por lá.
se ela pudesse, fá-lo-ia feliz.

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